Célio Leão Borges é filho de Antônio Martins Borges e Maria da Conceição Leão Borges, nascido em Rio Verde no dia 11 de dezembro de 1916.
Sua infância não foi fácil. Ela ocorreu num período turbulento de Goiás. Já aos 10 anos, foi convocado a tarefas difíceis e de riscos. Sua adolescência não foi monótona. Passou-a sempre procurando aventuras, sem se preocupar com os riscos a que elas poderiam lhe levar. Aos estudos, que seria o mais importante, acabou se dedicando pouco. Sua escola foi a vida e com ela muito aprendeu.
Casou-se aos 22 anos. Segundo ele, escolheu a pessoa certa como companheira, Maria Augusta de Freitas, seu amor Mariinha, com quem construiu uma família maravilhosa. Teve quatro filhas muito queridas, Moema, Jussara, Heliana e Maria Célia, todas mães dedicadas, profissionais competentes, cheias de vida, bonitas e muito presentes em sua vida. Nove anos depois da caçula ganhou um filho, Antônio, muito esperado e festejado, exemplo de dedicação à família, amorosidade e competência. Todos foram concebidos com muito amor e, com suas andanças, Mariinha soube educar os filhos e prepará-los para os revezes da vida com coragem, muito amor e dignidade.
Acreditava, mesmo, ter herdado o espírito aventureiro de bisavô, Valeriano da Silveira Leão. Esse pioneiro que saiu de Iguatama com destino a Rio Verde, em 1845, com toda sua família, em 10 carros de boi, levando três meses para chegar às planícies do Sudoeste goiano, exatamente na sonhada cidade de Rio Verde. Ali participou grandemente do desenvolvimento da região, gerando uma das maiores e mais importantes famílias de Goiás.
O que Célio Leão Borges fazia quando não estava em casa ele resolveu contar num livro, para justificar à família suas ausências: longe dali, desbravava terras desconhecidas e vivia boas aventuras.
Numa delas, devidamente registrada no “Memórias de Goiás”, ele viajava num monomotor com um amigo, quando teve de fazer um pouso de emergência. Desceu na avenida principal de Uberlândia (MG), parando a poucos metros de um caminhão.
Alguns voos foram tranquilos -e até românticos. Certa vez, dizia, sobrevoou a casa onde vivia e atirou um bilhetinho amoroso para a mulher Mariinha.
Sua principal atividade, porém, não foi como piloto: era fazendeiro e teve mais de 20 propriedades, onde se dedicou a criar gado.
Além de ter cuidado dos próprios negócios, Célio arriscou-se também como gestor público. De uma família de políticos (o cunhado e o sobrinho foram governadores de GO), foi prefeito das cidades goianas de Rio Verde (nos anos 40) e fundador e prefeito eleito da antiga São Simão (nos anos 60) e presidente da CASEGO – Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Goiás.
No livro, conta que o maior patrimônio que deixou foi a família. Era tão generoso e educado com todos que mesmo o enfermeiro que cuidava dele estava aos prantos em seu enterro, afirmam os netos.
Morreu no domingo, aos 92, de complicações de uma cirurgia na perna -havia caído e fraturado o fêmur. Deixa filhos, netos e bisnetos.
No coroamento dessa trajetória, em 2005 recebeu uma homenagem que muito lhe honrou e o fez acreditar que não foi em vão o seu sonho. No aniversário de 30 anos do município de São Simão, recebeu o carinho e o reconhecimento da comunidade, que lhe concedeu o título de Cidadão Sãosimoense, outorgado pela Câmara Municipal.
Morreu aos 92 anos, na cidade mineira de Uberlândia, onde residia desde 1948, de complicações de uma cirurgia na perna -havia caído e fraturado o fêmur.